sexta-feira, 25 de junho de 2010

De quem é a culpa?

Aproveitando o ensejo desse blog, no qual eu apenas tenho dissertado sobre temas jurídicos, queria desta vez mudar um pouco o rumo e escrever sobre a situação caótica em que se encontra o mundo devido as recentes catástrofes naturais.
O Brasil, assim como todo o planeta, está passando por mudanças naturais importantes (talvez perigosas) por causa da intervenção do homem no habitat de plantas e animais, no curso das águas, no solo, e até mesmo no fundo do oceano. No Brasil, em 2009, enchentes em Santa Catarina com milhares de desabrigados e mortos, depois 2010 começa com um desabamento de um morro em Angra-RJ e logo depois outro desmorona em Niterói-RJ soterrando casas e pessoas. Agora, mais uma vez as chuvas provocam enchentes que destroem casas e vidas nos estados de Alagoas e Pernambuco. Lá fora, como se não bastasse quererem explorar até a última gota de água, o último urso Panda, o último grão de areia, querem agora adentrar os mares e explorar o petróleo que lá está. Só que além disso o que eles conseguiram também foi derramar o óleo no Golfo do México depois da explosão e afundamento de uma plataforma. Os terremotos são cada vez mais frequentes como os do Chile, do Haiti, da China. Os tsunames na Ásia, nas ilhas do Pacífico, enfim. De acordo com a ONU, os números de catástrofes naturais no mundo nos últimos trinta anos vêm crescendo numa média anual de 6%.
No caso das cidades, desses dois estados nordestinos que foram tomadas pela água, é doloroso ver a situação em que se encontra a população: sem casa, sem os bens materiais comprados com tanto sacrifício, sem energia, sem água, nem comida, alguns sem emprego, outros perderam seu bem mais precioso, a vida, ou viram entes queridos perder. Mas aí eu me pergunto de quem é a culpa: da natureza? das pessoas que constroem nas margens dos rios, invadindo-o e prejudicando-o, que desmatam e matam? de um governo inerte que prefere remediar a prevenir e que não dá assistência pra população viver dignamente, deixando-a morar em morros, perto dos rios e embaixo de lixões?
Sou ciente que o meio ambiente por si já sofre alterações, se renova e por vezes essas mudanças refletem em nós negativamente. Mas são as atitudes do homem que as aceleram, as tornam mais fortes e dá espaço para essas tragédias. O efeito estufa, por exemplo, é um fenômeno natural importante e necessário, mas que por causa da ação humana foi intensificado e agora volta pra nós de forma negativa.
E a culpa é de TODOS NÓS que podemos e não fazemos, culpa desse egoísmo humano, da ambição, da busca pelo lucro, pelo dinheiro e por esse capitalismo exacerbado que nos faz tão medíocres e idiotas por querer subordinar a natureza. Culpa desse ser vivo e pensante, pensante no presente e que não se importa com o futuro. Ou melhor, será que existe futuro?