Na última segunda-feira dia 28 de março, o programa CQC da Band mostrou no quadro "O povo quer saber" uma entrevista com o deputado Jair Bolsonaro (PP - RJ) em que as perguntas eram feitas não por um repórter do programa, mas pela população. Uma dessas pessoas foi a cantora/atriz Preta Gil que fez a seguinte pergunta: "Se seu filho se apaixonasse por uma negra o que você faria?" Ele respondeu de forma áspera e indecorosa que ele não corre esse risco, pois seus filhos foram muito bem educados. O que ele quis dizer com essa afirmação? Preconceito explícito ou apenas entendeu mal a pergunta de Preta?
Bom, o fato é que depois que o advogado dela declarou que iria ajuizar uma ação contra ele no Ministério Público por discriminação racial e homofóbica, além de entrar com uma representação na Câmara dos Deputados para que seja apurado a falta de decoro parlamentar dele, Bolsonaro veio à imprensa se defender. Alegou que confundiu a pergunta e entendeu referir-se aos gays. Mas e os negros são melhores que os gays? Então ele não foi preconceituoso contra os negros, mas é declaradamente contra os gays? Constitui discriminação do mesmo jeito, ele só mudou o alvo.
É inadmissível que um representante do povo e do Estado Brasileiro que denominam de democrático, tenha esse comportamento discriminatório. Mesmo que ele tenha entendido errado a pergunta, não lhe dá o direito de desrespeitar e humilhar quem quer que seja. A constituição é clara e não permite esses abusos, ele mais que ninguém deveria saber disso e deveria lutar por igualdade de direitos e não estimular, acentuar essa prática tão repugnante que é o preconceito.
Precisamos escolher melhor nossos representantes, agora mais do que nunca. Pois estamos passando (e não é de hoje) por uma série de mudanças que precisam ter suas ações regulamentadas no nosso ordenamento jurídico: o aborto, a questão da profissionalização da prostituição, a legalização das drogas, os homossexuais, enfim, são questões complexas que precisam de pessoas capazes, competentes e psiquicamente saudáveis para discutí-las e decidir o melhor pro nosso país. Uma pessoa que diz que se um filho é gay é porque faltou-lhe "porrada", que as pessoas que pegam AIDS por "vadiagem" não é problema do Estado e que apoia a Ditaura Militar precisa seriamente fazer algum exame psicológico pra comprovar sua sanidade mental. Agora é preciso saber se alguma providência será tomada contra este senhor ou este caso vai ser mais um escondido pra debaixo do tapete.
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